Bolsonaro se apropriou indevidamente de 128 presentes, diz TCU
Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se apropriou indevidamente de pelo menos 111 presentes recebidos de autoridades estrangeiras durante seu mandato. Os itens não se enquadram na classificação “personalíssima”.
Outros 17 presentes, segundo a área técnica do tribunal, são de “alto valor comercial” e também deveriam ter sido incorporados ao Patrimônio da União.
Segundo os técnicos do TCU, alguns itens recebidos por Bolsonaro sequer foram registrados. Pelo menos onze presentes oferecidos ao então presidente e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foram contabilizados.
Diante disso, os auditores recomendaram que o atual governo instaure procedimento para reavaliar os bens que foram recebidos por Bolsonaro, Michelle e também assessores próximos.
Após ser acionada há cerca de duas semanas, a Presidência da República informou à Corte que os itens que foram devolvidos por Bolsonaro ao TCU, como um fuzil e uma pistola, não foram registrados oficialmente.
O mesmo foi confirmado pelo governo em relação a um dos estojos de joias recebidos pela família Bolsonaro da Arábia Saudita.
No documento, os auditores sugerem que o governo Lula faça uma análise completa de tudo o que foi recebido durante os quatro anos de mandato de Bolsonaro diante de indícios de irregularidades.
No total, há registros de 9.158 presentes recebidos pelo ex-presidente “de diversas origens”. Mas, segundo os técnicos do TCU, houve descuido na documentação desse material.
Outro lado
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro reitera que o ex-mandatário “nunca teve qualquer ingerência na classificação de presentes“. Diz ainda que a tarefa cabia ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), que “adotou os procedimentos que entendeu corretos, sempre dentro da legislação“.