Irregularidades no Bolsa Família saltaram 283% durante governo Bolsonaro

Cartão do Bolsa Família — Foto: Roberta Aline/MDS

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) identificou um aumento de 4,73 milhões de irregularidades nos cadastros no Bolsa Família entre 2019 e 2023, o que equivale a um aumento de 283%.

Os dados foram obtidos pelo portal UOL através da Lei de Acesso à Informação.

Em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), foram registradas 1,67 milhão de inconsistências. Em 2023, até julho, o número era de 6,4 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, chefiado por Wellington Dias. Os números de agosto ainda não foram consolidados.

O pente fino nos cadastros do Bolsa Família ocorre anualmente, segundo a pasta. São as chamadas ações de “qualificação cadastral”.

Entre 2020 e 2021, segundo o ministério, não houve ações para investigar o cadastro “em razão da pandemia e da implementação do auxílio emergencial também para o público PBF [Programa Bolsa Família]“.

O governo está procurando famílias cujos registros mostrem algum “indício de inconsistência”. Eles são identificados por meio do cruzamento de dados do CadÚnico com as bases de renda e informações adicionais do próprio governo federal.

Em 2018, durante a gestão de Michel Temer (MDB), foram 2,34 milhões de inconsistências.

Em agosto, o atual governo já vinha fazendo a exclusão de irregularidades do Bolsa Família. Até julho, 934 mil beneficiários que diziam viver sozinhos foram retirados do programa.

A suspeita é de que tenha havido vários desmembramentos fictícios de núcleos familiares para aumentar o valor recebido em um único domicílio.

Oa beneficiários do Bolsa Família foram de 5,9 milhões em janeiro de 2022 para 4,9 milhões em julho deste ano.

No ano passado, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) estimou que o governo Bolsonaro pagou o Auxílio Brasil a 3,5 milhões de famílias com renda acima do necessário para entrar no programa. Isso representa um pagamento indevido de R$ 2 bilhões por mês.

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