Irmã do ministro das Comunicações é alvo de operação da PF contra desvios na Codevasf
Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire (MA) e irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (1º), contra supostos desvios de recursos públicos na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Ela foi afastada do cargo por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Luanna estava no segundo mandato como prefeita. O ministro Juscelino Filho, por sua vez, é investigado no caso, mas não foi alvo de mandados.
Além do afastamento da prefeita, Barosso autorizou que a PF realizasse 12 ações de busca e apreensão nas cidades de São Luís (MA), Vitorino Freire (MA) e Bacabal (MA).
As investigações se debruçam sobre supostos crimes de fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
O caso
A investigação, iniciada em 2021, teve a sua primeira fase deflagrada em 20 de julho de 2022, e a segunda, em 5 de outubro de 2022. Esta nova fase visa alcançar o “núcleo público” da organização criminosa, informou a PF.
A principal empresa apontada no esquema é a Construservice, que tem como sócio oculto Eduardo Costa Barros, preso na primeira fase.
Segundo a PF, ele comandava um esquema de lavagem de dinheiro realizado a partir do desvio de verba pública, por meio de fraudes em licitações.
Na prática, os suspeitos criavam empresas de fachada e simulavam competições durante as licitações, com o propósito de fazer com que a empresa vencedora fosse sempre a de Eduardo.
A Construservice fechou contratos com a Codevasf para realização de obras de pavimentação com asfalto ou bloquetes, assinados entre 2019 a 2021, em 12 municípios. Somados, os contratos chegam a R$ 15 milhões.
A empresa foi a segunda que mais firmou contratos com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na segunda fase da Odoacro, um gerente da Codevasf foi afastado das suas atividades por suspeita de ter recebido cerca de R$ 250 mil das empresas envolvidas no esquema.