Caso das joias: defesa de Mauro Cid é pressionada a recuar após ameaça de confissão
Desde que anunciou a confissão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sobre o caso das joias, o advogado Cezar Bitencourt não viu seu celular parar de tocar.
A informação é da jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil.
Auxiliares afirmam, sob reserva, que o criminalista limitou as ligações porque se viu pressionado a recuar.
Bitencourt se reuniu pessoalmente com Mauro Cid na última quarta-feira (16). Foi o primeiro contato entre eles.
Depois disso, o advogado disse que Cid assumirá os erros e confessará que recebeu de Bolsonaro a ordem para vender as joias.
A confissão
Na quinta-feira (17), a revista Veja publicou que o ex-ajudante de ordens assumiria sua participação no suposto esquema de desvio e venda ilegal de presentes oficiais dados por autoridades estrangeiras ao governo brasileiro e apontaria Bolsonaro como mandante e beneficiário das transações.
Ao longo desta sexta-feira (18), em diversas declarações à imprensa, Bittencourt sinalizou recuo dessa estratégia, apesar de confirmar que os valores obtidos com a venda de um Rolex foram entregues a Bolsonaro ou a Michelle, ex-primeira-dama.
O advogado também confirmou que o ex-presidente pediu ao então ajudante de ordens Cid que “resolvesse o problema do relógio”.
Advogado de Cid se encontrou com defesa de Bolsonaro após ameaça de confissão
Em entrevista à GloboNews, na tarde desta sexta-feira (18), Cezar Bitencourt disse que conversou com Paulo Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro “por um minuto“.
O contato, segundo o defensor de Cid, ocorreu horas depois de a revista Veja divulgar uma entrevista em que ele dizia que o ex-ajudante de ordens admitiria que vendeu as joias a mando de Bolsonaro.
Eu falei com ele na madrugada. Ele me ligou. E não tem nenhum problema, não sei qual é a diferença, é um grande advogado com grandes referências que me foram dadas por outro profissional. Qual é o problema? Não tenho censura não. Não tem problema nenhum. Não preciso esconder e nem revelar — disse Bitencourt.
Questionado se recebeu algum tipo de ameaça após reportagem da Veja, o advogado negou.