Auxiliar de Bolsonaro movimentou R$ 3,3 milhões e repassou parte para Cid, aponta Coaf

Sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-supervisor da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, e o tenente-coronel Mauro Cid — Foto: Reprodução

O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou R$ 3,34 milhões em suas contas entre 1º de fevereiro de 2022 e 8 de maio deste ano.

Apesar de possuir uma renda mensal de R$ 13,3 mil, o militar recebeu diversos depósitos e repassou recursos para o tenente-coronel Mauro Cid, seu chefe e principal ajudante de ordens de Bolsonaro.

As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis movimentaram juntos cerca de R$ 7 milhões em transações atípicas, segundo o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro.

De acordo com o Coaf, os repasses de recursos de Reis para Cid têm fortes indícios de lavagem de dinheiro e são incompatíveis com a renda do sargento. O conselho apontou também que Mauro Cid movimentou R$ 3,75 milhões em transações atípicas de 26 de julho de 2022 a 6 de maio de 2023.

Apenas entre fevereiro do ano passado e 20 de janeiro deste ano, Luis Marcos dos Reis recebeu R$ 1,5 milhão em sua conta do Banco do Brasil. Parte deste valor foi obtido por meio de 105 transferências via Pix.

No mesmo período, ele transferiu de sua conta R$ 1,46 milhão. O sargento repassou R$ 336,2 mil em Pix e outros R$ 550 mil por transferências bancárias (TEDs ou DOCs).

Reis foi preso em maio deste ano sob suspeita de participar do esquema de falsificação de comprovantes de vacina contra Covid-19. O militar teria pedido para o seu sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, para preencher e carimbar cartões falsos em nome de Gabriela Cid.

Em janeiro, Luis Marcos dos Reis participou dos atos antidemocráticos em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente depredaram os prédios do Executivo, Judiciário e Legislativo. Questionada pelo Estadão, a defesa de Reis afirmou que não irá comentar o relatório do Coaf.

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