PF faz buscas em endereços de Zambelli e prende hacker da ‘Vaza Jato’
A Polícia Federal (PF) prendeu o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, e realizou busca e apreensão em endereços ligados à deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) na manhã desta quarta-feira (2).
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, a corporação divulgou um mandado de prisão preventiva, o contra o hacker, e cinco mandados de busca e apreensão, sendo três em Brasília e dois em São Paulo.
A deputada pediu ao hacker que tentasse invadir as urnas eletrônicas e as contas de e-mail de Moraes, segundo depoimento à PF. O pedido teria ocorrido em setembro de 2022, durante uma reunião na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.
O hacker não conseguiu cumprir nenhuma das missões. Ele apenas falsificou um mandado de prisão contra Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — foco da investigação:
Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. — diz PF.
Zambelli nega a versão dada por Delgatti, mas reconhece que o levou a reuniões em Brasília. Segundo a deputada, o objetivo seria montar uma equipe para fiscalizar o sistema eletrônico de votação.
A prisão anterior de Delgatti preocupou o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda teme uma eventual delação premiada.
O hacker já revelou que foi levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em agosto de 2022, em plena campanha eleitoral.