PF encontra pagamentos para ‘Arthur’ em investigação contra assessor de Lira

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal (PF) transferiu as investigações sobre o caso dos kits de robótica para o Supremo Tribunal Federal (STF) após encontrar documentos com referências ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e uma lista de pagamentos direcionados a “Arthur”. A informação é da Revista Piauí.

Os documentos foram apreendidos durante uma busca e apreensão no dia 1º de junho em endereços ligados a Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira.

Um dos documentos com o nome “Arthur” encontrados pela PF — Foto: Reprodução/Revista Piauí

A ação policial foi realizada no âmbito da Operação Hefesto, que investiga indícios de fraudes na compra de kits de robótica em Alagoas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre 2019 e 2022. O esquema gerou prejuízos de R$ 8 milhões aos cofres públicos.

Não é possível confirmar se o nome apontado é realmente de Arthur Lira, mas no relatório da PF consta a suspeita dos investigadores de que se trata do presidente da Câmara.

Outras coincidências reforçam a tese: “Álvaro”, que aparece como beneficiário de alguns repasses, é o nome de um dos filhos do deputado federal. Enquanto isso, há também referência a “D. Ivonete”, nome semelhante ao da mãe do parlamentar, Ivanete.

Além da coincidência de nomes, há também a de datas. No dia 17 de abril, consta um repasse de R$ 3,6 mil para o “Hotel Emiliano”. Segundo a reportagem, esse é o estabelecimento onde Lira costuma ficar quando vai a São Paulo (SP).

Registros da Força Aérea Brasileira (FAB) mostram que o presidente da Câmara embarcou em uma aeronave naquele dia, em Brasília, com destino à capital paulista.

Outra coincidência envolve o nome “Djair”, destinatário de mais de R$ 29 mil. Arthur Lira tem em seu gabinete um secretário chamado Djair Marcelino.

Esse auxiliar já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrante de um suposto esquema de rachadinha que seria comandado por Lira na Assembleia Legislativa de Alagoas.

Em nota, Lira afirma apenas que os pagamentos de suas despesas têm origem “nos seus ganhos como agropecuarista e na remuneração como deputado federal”.

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